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Antonio Oliveira no Corinthians é uma aposta de alto risco


Pode até ser uma ideia cover para o que poderia ser um clone do técnico Abel Ferreira, mas não é. Antonio Oliveira, se for confirmado como novo técnico do Corinthians, é português, um estrangeiro como dita a moda no Brasil, porém é original. Seria mais adequado compará-lo a Thiago Carpini, do São Paulo. Toni é um jovem de 41 anos que começou com o pai, um ídolo o Benfica. Depois de passagens sem conquistas pelo Athetico-PR, Coritiba e Cuiabá no futebol brasileiro, chamou mais atenção pelo perfil trabalhador, o desempenho das equipes que comandou com organização tática e boas ideias. O que pega é a falta de bagagem, diante da pressão de uma torcida gigante, de um clube sedento por títulos, que o currículo não sustenta.

Competência não tem idade, insuficiência também não. Quantos figurões já sucumbiram no ninho do Itaquerão, de gaviões tão bicudos e ameaçadores? O próprio Mano Menezes foi engolido pela Fiel. A mesma torcida, que da noite para o dia vira uma infiel inimiga. Vale também para os jogadores. É só pegar o exemplo de Yuri Alberto. Chegou com fama de herói, hoje é vilão. Mano não é vítima, mas também não é o bandido da história. É difícil defender o trabalho do técnico com resultados e desempenho decepcionantes. De um filme muito parecido com que se viu no Internacional. Mas é ainda mais complicado interromper um plano logo na largada do ano, ainda mais quando se sabe que Mano e a direção não estavam afinados no planejamento. O problema nasce de uma sucessão política. De tudo que foi dito e não surtiu o efeito esperado pelo novo presidente ao adotar uma velha mania, bem bicuda por sinal. A propósito: em boca fechada não entra mosca. O ponto é a fase de descrédito do Corinthians, desde o período de Duilio Monteiro Alves, agora com Augusto Melo. Aí sim: o que parece oposição é muito mais um clone de perfil e um cover de ideias fracassadas. Eu acredito que Antonio Oliveira possa fazer um ótimo trabalho no maior desafio da carreira. Mas é necessário contratar jogadores, trabalhar em silêncio, não tomar decisões para agradar a grupos de torcedores. É preciso um plano estabelecido por uma governança sólida. E, mesmo assim, por não ter taças no armário, bastará um deslize para Antonio Oliveira não se sustentar. Portanto, se não houver convicção, nem contrata. O risco será muito alto.

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