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Mapa do Coronavírus indica recomeço do futebol pelos Estaduais

O futebol brasileiro parou e ainda é imprevisível o retorno. Foto: Fernando Moreno/Campeonato Carioca

O mapa do avanço do Coronavírus no Brasil e na América do Sul indica que o futebol brasileiro deve recomeçar pelos Estaduais. Com responsabilidade, é possível recomeçar após o final do período de confinamento em cada Estado. É uma questão de logística. O transporte dos estaduais é rodoviário e as competições regionais, nacionais e internacionais exigem deslocamento de avião, o que limita ainda mais a possibilidade de liberação de viagens. A prioridade, no entanto, é enfrentar a pandemia com responsabilidade sem precipitação de qualquer atividade, inclusive o futebol.

Assim, que a curva de casos descer e as pessoas forem autorizadas a retomar algumas atividade virá a fase de treinos e uma nova pré-temporada. Algo esperado para junho. Mas é importante ficar de olho em exemplos que vem de outros locais como na Alemanha que retomou os treinos com muito cuidado. A questão neste caso será o critério de liberação de cada região. Serão liberados somente atletas que testarem positivo e já estiverem recuperados e sem possibilidade contaminar? Ou pessoas sem sintomas fora do grupo de risco também estarão liberadas? Poderá haver novos contaminados dentro de uma estrutura hospitalar suficiente? São perguntas ainda sem respostas.

Estabelecido o critério, é certo que tudo será gradativo. Cada região do país terá um ritmo diferente. Além dos atletas, os profissionais envolvidos nos jogos também terão que seguir um protocolo de liberação. O início terá que ser sem torcida. O mais importante é que futebol volte com as transmissões de TV e que o calendário avance. A receita da TV é uma boa parcela da arrecadação dos clubes e assim o mercado da bola pode voltar a gerar renda e movimentar a economia. O mesmo vale para outros setores.

Os clubes da Série A e da Série B indicaram este caminho de reinício pelos estaduais. Embora, ainda haja prejuízo para pequenos clubes que têm um planejamento de folha de pagamento e despesas até o final de abril, é melhor que possam jogar com atraso o mais breve possível. As Federações e a CBF precisam ajudar os médios e pequenos clubes nestes casos com aporte financeiro. Nem que precisem refazer contratos para pelo menos ter um time competitivo dentro de campo. Copa do Brasil e Série B, C e D - Os maiores problemas de logística no Brasil estão na Copa do Brasil e nas Séries B, C e D, já que tem clubes de diversas regiões com muitos deslocamentos que mesclam viagens de ônibus com conexões aéreas. Veja o exemplo do Juventude de Caxias do Sul, que empatou o jogo de ida em casa por 1 a 1 com o América de Natal pela Copa do Brasil. Precisa se deslocar da Serra Gaúcha por via terrestre até o Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre e pegar um voo para Natal. Geralmente, a escala é no Aerporto de Guarulhos, em São Paulo. O mesmo Juventude estréia pela Série B em casa contra o CBR. Aí é o clube de Alagoas no caso que terá que pegar um voo de Maceió para Porto Alegre, com escala em Guarulhos e ainda se deslocar para Caxias do Sul de ônibus. Campeonato Brasileiro - Pegando a Série A do Campeonato Brasileiro como exemplo: a competição deveria começar em 3 de maio e terminar em 6 de dezembro. Não há condições agora de cruzar cidades que têm situações diferentes de casos de coronavírus por via aérea. Das 20 cidades com maior número de casos do Covid-19, apenas o Bragantino de Bragança Paulista está fora da lista, na 84ª colocação com 16 casos até a manhã desta quarta-feira, 8 de abril. São 3 clubes do recordista de casos São Paulo, Palmeiras, Corinthians e São Paulo, considerando que o Santos vai jogar na Vila Belmiro, pois o Pacaembu virou hospital de campanha.

Na cidade do Rio de Janeiro, estão os quatro clubes tradicionais: Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense. O Rio está em segundo lugar na lista de casos de Covid-19. A dupla Gre-Nal está em Porto Alegre que ocupa a sétima colocação. Veja lista comparativa das cidades dos clubes e a colocação de cada cidade-sede no mapa de Casos do Covid-19 no Brasil:


Lista dos Clubes da Série A, por casos de Covid-19, até 9h36, do dia 08/04:


1 - São Paulo - Corinthians, Palmeiras, São Paulo - 4.263 casos

2 - Rio de Janeiro - Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo - 1.250

3 - Fortaleza - Fortaleza e Ceará - 1.051 4 - Manaus - sem clube na Série A - 560

5 - Brasília - sem clube na Série A - 492 6 - Belo Horizonte - Atlético-MG - 275

7 - Porto Alegre - Grêmio e Internacional - 272 8 - Salvador - Bahia - 269 9 - Recife - Sport - 228

10 - São Luis - sem clube na Série A - 203

11 - Curitiba - Atlético-PR e Coritiba - 194 17 - Santos - Santos - 87 19 - Goiânia - Atlético-GO e Goiás - 85

20 - Guarulhos - Onde está um dos aeroportos de SP - 74

84 - Bragança Paulista - Bragantino Red Bull - 16 casos. Fonte G1 com dados das Secretarias Estaduais.



Primeiro Gre-Nal da história da Libertadores foi 0 x 0 na Arena do Grêmio. O do Beira-Rio ainda sem previsão.

Libertadores da América - A Libertadores estava na fase na Fase de Grupos, a primeira fase, quando parou. A previsão no calendário era encerrar em 21 de novembro. Pode acabar somente em 2021. É grave e preocupante a situação de vários países com fronteiras fechadas e com governos e protocolos diferentes das nações vizinhas.

Há diferenças de clima, altitude, alfândega, política e de condições sanitárias. São 32 clubes divididos em oito Grupos, sendo 7 do Brasil, 5 da Argentina, 4 do Equador, 3 da Colômbia, 3 do Paraguai, 2 da Bolívia, 2 do Chile, 2 do Uruguai, 2 da Venezuela e 2 do Peru. Todos têm no momento restrições em fronteiras e aeroportos, a maioria sem acesso de estrangeiros.

O Flamengo, por exemplo, venceu o Barcelona de Guayaquil do Equador por 3 a 0 no Maracanã (foto), mas tem um jogo na cidade equatoriana pela quarta rodada. Justamente na em Guayaquil, chamada de a Wuhan do Equador, comparada a cidade chinesa onde tudo começou. Um total colapso do sistema de saúde e funerário, já que os corpos foram jogados nas calçadas, não tendo onde enterrar, nem serviço suficiente para contabilizar tantas mortes em poucos dias num mesmo local. No dia 2 de abril, eram 60 mortos na região de Guayaquil, mas tantos outros que não apareciam em números oficiais porque não havia como testar a causa da morte tampouco um serviço de contagem de mortos dentro das casas das famílias. Não há voos para Guayaquil. Somente do Rio de Janeiro para Quito com escala no Panamá. Certamente, o Flamengo pode fretar um avião. Mesmo assim, terá que aguardar uma liberação para viajar. Até quando, ninguém sabe. Tudo dependerá da situação da pandemia nestas regiões. Por enquanto, a bola não rola.



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