Por que Enner Valencia saiu do Inter?

Vocês já pararam para pensar por que Enner Valencia está saindo do Internacional para jogar no Pachuca, no México? A explicação não está no atacante, mas no clube.

É claro que a torcida lembra do gol perdido contra o Fluminense na Libertadores, e é justo apontar que ele não rendeu como esperado. Mas não dá para esquecer que ele começou bem, chegou com status de titular e, em determinado momento, foi decisivo na única conquista recente que estava ao alcance do Inter. Depois, caiu de produção, como tantos outros que vestiram a camisa colorada.

Esse é o ponto central: não se trata de um jogador específico, mas de um padrão que se repete. Wanderson, por exemplo, também iniciou bem no Inter e saiu em baixa, mas hoje reencontrou o bom futebol no Cruzeiro. Johnny era contestado, mas foi para o Betis e em seguida chegou ao Atlético de Madrid. Bernabei chegou promissor, mas regrediu. Borré caiu de rendimento. Thiago Maia, em certo momento, tentou voltar para o Santos. Até nomes da base, como Ricardo Mathias, tiveram queda de desempenho. Agora, até Vitão começa a cometer erros que antes não eram comuns.

O problema está na direção de futebol, incapaz de formar um time competitivo e de sustentar um ambiente onde os jogadores consigam render de forma consistente. Essa instabilidade transforma cada ciclo em repetição: técnicos e atletas chegam, não se firmam e acabam saindo, muitas vezes em baixa. Basta lembrar a lista de treinadores que já passaram por esse processo: Mano Menezes, Coudet, Cacique Medina, Ramirez. Agora Roger Machado pode ser o próximo a pagar a conta se tropeçar contra o Palmeiras e no Gre-Nal.

Enquanto isso, jogadores olham para frente. Borré quer disputar a Copa do Mundo, assim como Carbonero e Rochet. O Inter não consegue oferecer a base sólida que eles precisam para manter o nível competitivo. Onde está D'alessandro, já pulou da barca?