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Você está satisfeito com a imprensa brasileira no Covid-19?

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, faz um ótimo trabalho à frente do combate ao Coronavírus. Mas saiu da sua zona de atuação ao criticar a imprensa no último sábado quando disse: Às vezes meios de comunicação são sórdidos”. A crítica levanta uma discussão não mais importante que o combate ao novo coronavírus, mas relevante porque as informações que chegam para a população chegam pelos meios de comunicação, às Redes Sociais e pelos meios oficiais das autoridades. Mesmo que seja difícil, é preciso que haja sintonia entre todos os canais. O texto é longo. Tenho certeza que é importante que você leia até o final. Senão responda aqui a pesquisa que dá título este artigo



Então, quando um ministro bate na imprensa oficial acaba alimentando este tipo de mídia alternativa e irresponsável que inunda nossos smartphones. Foi o que fez o filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, ao compartilhar uma foto de uma família curada pelo Coronavírus em SP com hidroxicloroquina no Instagram. Quando, na verdade, era de um senhor em Porto Alegre com a filha que não tinha nem tinha a doença. Ele se recupera de um enfisema pulmonar e o episódio provocou transtornos e indignação para a família gaúcha. A história para quem quiser acompanhar a reportagem, é só clicar aqui em: Uol. Acredito que a intenção da fala do ministro tenha sido para que as pessoas evitem de olhar as notícias do dia a dia porque elas são muito pesadas com milhares de mortos na Itália, na Espanha, o que acaba criando um clima de pânico e alarde. Realmente, pode ser assustador encarar a realidade e talvez o enfoque jornalístico possa ter, neste momento de aprendizado de algo nunca visto na era digital, uma postura mais positiva. É preciso deixar claro que existe uma técnica para fazer jornalismo, existem cursos, anos de experiência, livros, profissionais maduros que treinam os mais jovens. Erros ocorrem e devem sempre ser corrigidos. Mas notícia é apontar problemas, é o que está fora da curva. Ninguém noticia que milhares de aviões decolam e aterrissam normalmente no mundo (não agora em tempos de confinamento). Só que quando um avião cai e tem mortos, vira manchete. O que houve? Por quê caiu? Ou seja, o jornalismo mostra justamente o que não deveria acontecer, mas acontece.

A fala do ministro teve reações da imprensa. A Globo se manifestou no Jornal nacional. A fala da jornalista Ana Paula Araújo ganhou força no Twitter e replicou aplausos, 63 mil curtidas e também críticas. Disse Ana Paula:


“O ministro da saúde encontrou uma outra maneira de agradar o presidente: criticou o trabalho da imprensa, afirmando que os meios de comunicação são sórdidos, porque na visão dele só vendem se a matéria for ruim. Na pandemia de um vírus letal contra o qual não há medicamente ou vacina é estarrecedor que ele não reconheça que o nosso trabalho, o trabalho de todos os colegas jornalistas, daqui da Globo, mas também de todos os veículos, é um remédio poderoso: dar informação para que o povo possa se proteger. Há muitos trabalhos essenciais, dos médicos e enfermeiros em primeiro lugar, mas nós jornalistas estamos nas redações e nas ruas arriscando nossa saúde, para cumprir nossa missão. E fazemos isso com orgulho.”

A Associação Nacional de Jornais também repudiou a fala do Ministro. A discussão, porém, é ainda mais profunda. Muitas pessoas não querem o jornalismo opinativo justamente porque não concordam com a opinião de alguns jornais, revistas, rádios ou canais de TV. Só que o jornalismo tem informação, interpretação dos fatos e opinião, sim. Ninguém é obrigado a concordar com o que dizem os jornalistas. Basta trocar de canal, buscar alguém com opinião que tenha afinidade. Mas isso não pode levar as pessoas a buscar a opinião que defendem baseadas em mentiras, em canais não oficiais ou até mesmo de robôs de internet que estão ali para espalhar o vírus da desinformação. Por outro lado, é importante que o jornalismo também evolua e cresça num momento tão importante da história da humanidade. Faça sua autocrítica, tenha humildade para reconhecer seus erros. Isso já está sendo feito em algumas iniciativas. Um Webnário com Jornalistas foi realizado pela SciLine, que conecta jornalistas a especialistas científicos, com objetivo de oferecer orientações sobre a cobertura de COVID-19. As dicas para jornalistas estão nesta reportagem da rede de jornalistas internacionais IJNET.

E Você, está satisfeito com o Jornalismo Brasileiro na cobertura do Covid-19? Responda a enquete com perguntas que elaborei para compartilhar o resultado aqui no meu site quando tiver um numero expressivo de respostas. Clique e responda aqui

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