O erro de Renato Portaluppi de abandonar o campo de jogo e recolher todos seus jogadores do banco após a expulsão do Diego Costa , que já havia sido substituído, é motivado por uma denúncia do técnico. O Grêmio perdeu o jogo do Campeonato Brasileiro, neste sábado, por 1 a 0 e na entrevista coletiva Renato não tirou o mérito do Bahia. Em campo, o time baiano foi melhor, contra um Grêmio apático mesmo com a volta de Diego Costa ao time e a estreia de Edenílson, numa função parecida a de Ramiro em outros tempos. Também estreante, o goleiro Rafael Cabral salvou o Grêmio de ter sofrido uma goleada. Não seria nada demais, tamanha a superioridade do time de Rogério Ceni. Renato justificou a retirada dos jogadores com medo de que mais atletas fossem expulsos. Um ato exagerado. Ele acusou, no entanto, que o presidente da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol da Bahia, Jaílson Macedo Freitas, pediu a expulsão de Diego Costa para o árbitro Bráulio da Silva Machado. "Minha vontade é pedir demissão, tirar férias e ir para a praia. Sem sacanagem. A gente trabalha, trabalha, trabalha, para ver essas coisas", disse o técnico.
O repórter da Rádio Gaúcha, Bruno Flores, ouviu de um integrante da CBF no estádio que Jaílson Macedo Freitas estava escalado como delegado da partida, o que depois acabou sendo confirmando pela mesma fonte. Mesmo assim, é preciso esclarecer se é atribuição do delegado tomar decisões em nome do árbitro. O escândalo do Renato de retirar os jogadores do banco acabou virando manchete, mas o foco da notícia não pode ser desviado de um fato que precisa de maiores esclarecimentos. Até porque o repórter Saimon Bianchini, também da Gaúcha, em pesquisas feitas no site da CBF depois do jogo, flagrou que a função de Jaílson no jogo foi alterada para delegado. Renato chegou a citar as acusações de manipulação de resultados do dono da SAF do Botafogo, John Textor, que na última sexta-feira foi suspenso por 45 dias e multado em R$ 100 mil pelo STJD por declarações feitas após a derrota para o Palmeiras em novembro do ano passado. Não é a primeira vez na história do futebol brasileiro que a arbitragem está no centro das discussões por parte de técnicos, dirigentes e jogadores. Na maioria das vezes, não passaram de reclamações comuns como acontece em qualquer campeonato de futebol do mundo. O americano realizou uma série de denúncias e acabou ganhando holofotes ao ser ouvido na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado Federal. O episódio da Fonte Nova, a princípio, não tem relação com as denúncias feitas pelo dono da SAF do Botafogo. As acusações de Textor, que ele afirma ter provas e ter entregue à polícia civil e aos senadores, precisam ser confirmadas por meio de perícia. Ele se utilizou de ferramentas tecnológicas capazes de avaliar as atividades de jogadores dentro do campo e detectar se houve ou não manipulação de resultados. Algo ainda inédito e que pode ser insuficiente. E, neste caso, não há relação com a arbitragem. Agora, se houver a comprovação de uma irregularidade da CBF, da escala da arbitragem, de interferência irregular de um delegado, a expulsão de Diego Costa será anulada? O problema maior é que a arbitragem tem um início de temporada no Brasileirão 2024 com uma série de erros. Ou a arbitragem vive uma maré de incompetência ou pior, caso algo seja comprovado, existe má fé nas decisões dos árbitros? Não posso acreditar, embora o episódio levantado pelo técnico Renato é grave. Até porque ele não discute um erro de arbitragem, um pênalti mal marcado, algo que sempre pode ser encarado como incompetência e muitas vezes sujeito à interpretação da regra. Trata-se de um ato deliberado de alguém que necessita ser apurado. Então, o Renato errou ao retirar seus jogadores de campo, desviou o foco da má atuação, mas o erro não pode apagar o que precisa ser esclarecido.
A CBF divulgou os áudios da arbitragem de vídeo, revelando os momentos cruciais da partida. Um desses momentos foi a expulsão de Diego Costa, que ocorreu enquanto ele estava no banco de reservas. Essa expulsão resultou na retirada do técnico Renato Portaluppi e dos demais jogadores antes do término do jogo. Além disso, Nathan Fernandes também foi expulso após o apito final. Ambos os incidentes foram registrados na súmula do jogo.
Conforme os diálogos revelados nos áudios, a expulsão de Costa foi resultado de uma suposta ofensa dirigida ao quarto árbitro, Fernando Antônio Mendes. O assistente alertou Bráulio da Silva Machado, árbitro principal da partida, sobre a ocorrência dessa suposta ofensa.
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