SAMPAOLISMO: A CHAVE PARA O SUCESSO OU FRACASSO DO FLAMENGO?

O Sampaolismo é um termo que pode definir o estilo de jogo desenvolvida pelo técnico de futebol argentino, Jorge Sampaoli. O modelo se caracteriza pela ousadia e criatividade, pela busca incessante pelo gol e pela variação tática durante o jogo. O Sampaolismo é, portanto, uma forma de jogar que procura sempre inventar, criar algo diferente, arriscado e muitas vezes é incompreendido. Foi ele o primeiro técnico da história do Brasileirão a mudar 5 jogadores, em todos os setores, no intervalo do jogo entre Bahia e Flamengo neste final de semana. Sampaoli alegou problemas físicos na entrevista coletiva pós-jogo.

O Flamengo vencia por 3 a 1, sofreu um gol e mesmo com o Bahia com dois jogadores expulsos, não ampliou a vantagem e não seria surpresa se tivesse sofrido o empate. Foi uma vitória que gerou mais dúvidas que certezas de onde o Flamengo pode chegar. Embora seja um estilo que já rendeu ótimos trabalhos em equipes como a Universidad de Chile e a seleção chilena, o Sampaolismo também é capaz de gerar desconfiança e instabilidade no time. O técnico tem a tendência de fazer muitas alterações na escalação, o que gera uma falta de entrosamento entre os jogadores e sempre com uma defesa vulnerável.

Além disso, o Sampaolismo também é marcado por um comportamento imprevisível do treinador, que muitas vezes parece oscilar entre a genialidade e a excentricidade. Sampaoli tem uma personalidade forte e uma maneira de se comunicar que pode gerar tensão com os jogadores, como aconteceu na seleção argentina durante a Copa do Mundo de 2018, quando perdeu o controle do grupo. Tudo porque ele cobra uma alta intensidade que muitas vezes dá resultado, mas nem sempre consegue executar aquilo que defende como proposta de jogo.

Os números de Sampaoli apresentam altos e baixos em sua carreira como técnico de futebol. Seu aproveitamento varia de 20,83% a 68,18%, dependendo do clube ou seleção que dirigiu. O maior destaque foi a Universidad de Chile, onde teve um aproveitamento de 67,9%. Mesmo com bom aproveitamento Atlético Mineiro e algumas respostas positivas no Santos com pontos positivos e negativos onde passou como nos trabalhos mais recentes no Olympique e Sevilla. O Flamengo aposta num técnico diferente. Diferente vencedor ou diferente perdedor? Só o tempo dirá. Por hora, é impossível prever qual será o resultado do Sampaolismo.

Grêmio de Suárez é 100%

Luis Suárez marcou 5 gols em três jogos. O uruguaio estremeceu a Arena na terceira vitória consecutiva do Grêmio com um gol no final do segundo tempo, que garantiu o 1 a 0 sobre o Brasil de Pelotas. O Grêmio teve um jogador a mais desde o início da segunda etapa. A defesa do Xavante dificultou as iniciativas lideradas por Ferreira que deu o passe para o único gol da partida, o suficiente para uma campanha de 100% de aproveitamento em 2023, que deixa o Grêmio na liderança isolada no Gauchão.

O Grêmio foi melhor durante todo o jogo, mas o Brasil de Pelotas soube se defender na retranca armada pelo técnico Rogério Zimmermann. Foi o típico jogo do time que entra bem fechado para tentar um gol numa bola em contra-ataques. O goleiro Marcelo Pittol fez boas defesas, além de ganhar tempo fazendo a tradicional "cera". Logo no início do segundo tempo, Rone foi expulso e com um a menos, aí mesmo que abriu mão de atacar.

O técnico Renato Gaúcho fez diversas mudanças na equipe. O argentino Cristaldo estreou no lugar de Carballo e foi melhor que o uruguaio. Trocou ainda os laterais Fabio e Reinaldo Por Thaciano e Diogo Souza. Galdino começou no ataque e foi substituído por Gustavinho. No final, Diego Souza ainda entrou no lugar de Pepê para reforçar o ataque ao lado de Luisito. Com um tiro certeiro, "El Pistolero" matou o jogo, antes de ser poupado na próxima rodada contra o São José no piso sintético no Passo D'areia. O Grêmio foi mais transpiração que inspiração com a marca de Suárez.

O apagão do Inter preocupa

De Pena marca o gol do Inter e impede vexame ainda maior em Santa Cruz do Sul . Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional

O começo do Internacional a temporada preocupa. Se o ano passado fechou com vitórias importantes e o vice-campeonato brasileiro com vaga para Libertadores, a largada de 2023 não tem resultados positivos, nem desempenho. Depois de um empate por 2 a 2 com o Juventude na estreia do Gauchão no Beira-Rio, o Inter voltou a empatar, desta vez contra o modesto Avenida, que recém subiu da Segundona Gaúcha, por 1 a 1.

Se no primeiro jogo o Inter ainda criou uma série de situações, contra o Avenida fez um primeiro tempo com fragilidade na defesa, lentidão no meio-campo e um ataque nulo. Alemão mais uma vez foi mal e acabou sendo substituído. Mário Fernandes teve uma estreia discreta e ainda perdeu uma disputa de cabeça que deu origem ao gol de Carlos Henrique. Sem Edenílson, o meio-campo do Inter perdeu em criatividade, piorou só com Alan Patrick, sem De Pena que entrou no segundo tempo no lugar de Matheus Dias, quando Johnny era pior. Foi do uruguaio o gol de empate.

Pouco futebol e disposição para Maurício, o que Pedro Henrique e Wanderson têm de sobra até quando jogaram juntos. No final, ainda faltou luz nos refletores do Estádio Eucaliptos. O jogo voltou 20 minutos depois, mas o maior apagão foi do desempenho do Inter. Mano Menezes, os jogadores e o Inter precisam no mínimo a primeira vitória no próximo jogo contra o São Luiz sábado no Beira-Rio. O time que abre a temporada nem é sombra do que fechou 2022. Está mais parecido com o Inter eliminado pelo Globo na Copa do Brasil, pelo Melgar na Sul-americana e que sofreu uma goleada por 3 a 0 do Grêmio da Série B no Beira-Rio e sequer chegou na final do Gauchão. Qual Inter teremos em 2023?