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O dilema de Vagner Mancini no Grêmio

Novo Camisa 10: Ferreira é o destaque do Grêmio na estreia dos titulares contra o São José

Se o Grêmio não vencer o Gauchão, pouco importará se for bem na Série B e subir. Mas dependendo da circunstâncias da derrota do Estadual, que começa para valer para o time de Vagner Mancini nesta quarta-feira (02/02) contra o São José na Arena, o técnico pode balançar no cargo. O torcedor ficou desconfiado com a manutenção da comissão técnica que não impediu o rebaixamento em 2021. O time melhorou, mas não o suficiente para evitar a queda. O dilema de Mancini é ajustar o time logo ou brigar pelo título. Nem sempre uma coisa leva a outra.

O principal desafio do técnico é melhorar o desempenho da equipe que vai mudar consideravelmente na nova temporada. Para tanto, não necessita somente de resultados, mas do encaixe das novas peças. Vejam o exemplo do São Paulo. Apostou no Paulistão do ano passado e se quebrou no restante da temporada e até hoje não consegue se encontrar. O primeiro erro é ter iniciado a temporada com o time de transição. O time precisar treinar e jogar. Mas não a ponto de quebrar o time fisicamente. Os garotos de talento devem estar à disposição para jogar no time principal. Elias se destacou e agora com a Covid-19 vai ter que esperar para se juntar ao elenco principal.

É muito prático dizer que o Grêmio no papel tem o melhor time da Série B. Calma. O mesmo se dizia do time na Série A do ano passado e foi um vexame. A começar pela defesa não é legal ficar testando Brenno e Garbriel Grando a cada jogo no gol. Me lembro quando o Grêmio tinha Danrlei e Émerson. Até que um dia a opção foi apostar em Danrlei e não preciso dizer o que ele conquistou.

Orejuela volta à lateral direita e em termos físicos leva grande vantagem a Rafinha que segue o mesmo no São Paulo, bem diferente daquele que voava no timaço do Flamengo. A dupla de zaga não me preocupa porque Geromel e Bruno Alves devem se acertar rápido. Diogo Barbosa sempre foi tecnicamente melhor que Cortez e também não vejo problema para a exigência do Gauchão e Série B.

O que pega mesmo é o meio-campo, onde tudo deve se encaixar melhor tanto na proteção da defesa, mas acima de tudo na criação das jogadas de ataque. Mas a peça-chave talvez não faça a estreia. O argentino Benitez, que tem características de articulador, é dúvida (depende da publicação do nome no Boletim Informativo Diário da CBF). Com Thiago Santos, Lucas Silva, Janderson e Campaz o setor mantém uma boa estrutura defensiva, acrescenta a força de Janderson e a velocidade de Campaz. Mas sem articulação de origem. Desentrosado, pode ter alguma dificuldade na largada.

A grande vantagem é a habilidade de Ferreira que ganhou até a camisa 10, tamanho o peso da sua importância. Com jogadas individuais, certamente vai desequilibrar. Dependendo da condição física de Diego Souza, se ele for municiado, também pode fazer a diferença com gols. É muito para o Gauchão, sim, embora seja pouco para o restante da temporada em jogos mais duros. Ainda tem a ausência do Jhonata Robert que vai fazer falta por se o melhor substituto para Douglas Costa.

Uma análise mais precisa só pode ser feita com as peças em campo após alguns jogos. Gostaria de ver logo o Elias no time titular até mesmo jogando aberto, com Benitez centralizado, sem Janderson e sem Campaz. Mancini terá os garotos Rildo e Bitello à disposição.

O São José costuma jogar com três atacantes. As atrações são o experiente goleiro Fábio e o técnico Pingo, ex-volante do Grêmio, com boa passagem pelo Caxias. De novo, no papel, o Grêmio é mais time. Mas papel não ganha jogo. O futebol é dinâmico e surpreendente e, por isso, fantástico até mesmo num Estadual, cuja emoção maior só mesmo nas finais, nos Gre-Nais ou quando uma zebra supreende.

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